De quem é a culpa?

Fábio, gerente financeiro da empresa, envia e-mail na segunda-feira para Lucas, auxiliar financeiro, solicitando o relatório atualizado das despesas pagas pela empresa: “Caro Lucas, gentileza que me envie o relatório das despesas pagas da última semana  até a próxima sexta-feira. Obrigado.” Lucas prontamente responde: “Olá Fábio. Claro. Pode deixar que lhe envio.” Na terça-feira da semana seguinte Fábio está incomodado com algo que não sabe bem o que é. Faz um esforço mental e lembra que pediu alguma coisa para Lucas. Olha sua caixa de saída de e-mails e vê ali seu pedido. Confere a caixa de entrada e confirma que não havia recebido nada. Com isso, fica nervoso, irritado e insatisfeito com o colega. Percebe que não terá mais tempo para analisar o relatório que nem foi enviado, de que ‘ficou na mão’ e ele mesmo terá que gerar o relatório. Naturalmente, começa a culpar Lucas pelo erro. O relato desta situação traz a reflexão: “de quem é a culpa” pela não elaboração do relatório? Lucas deve ser o único responsável pela não realização da tarefa? Fábio poderia ter feito algo a mais para que a tarefa fosse executada a contento? Analisando o contexto de que Fábio é gerente e responsável pelo setor financeiro, este deveria ter explicado a Lucas os motivos da necessidade do relatório; ter definido dia e horário exatos para retorno da tarefa; anotado  em algum lugar que esperava o relatório; ter lembrado o colega  da importância da entrega do o relatório no dia combinado e, talvez o mais importante, ter se colocado à disposição para ajudar o colega. Constata-se, portanto, que havia uma série de ações que Fábio poderia ter realizado para concretização da tarefa e que não fez. Não se sabe exatamente por qual razão o auxiliar financeiro não cumpriu o solicitado, mas assim como a maioria dos profissionais, Lucas também estava muito atarefado. Fábio poderia se sentir insatisfeito com Lucas acaso tivesse feito tudo que estava ao seu alcance para ajudá-lo a realizar a tarefa. Sugere-se, portanto, em situações semelhantes, que se busque analisar se todas as circunstâncias foram esgotadas e se foram proporcionadas as devidas condições ao colega para a realização da tarefa. Isto se controla. Obviamente, que se Lucas não quisesse elaborar o relatório, ele não o elaboraria e isto não se pode controlar. Assim, a reflexão sugerida é no sentido de que não responsabilize os outros quando você ainda poderia fazer algo a respeito. É necessário, no mínimo, assumir as próprias limitações e dividir as responsabilidades. Reflita.

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